Trabalho_Volunt_Crs - Pausas e vírgulas

Pausas e vírgulas
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29/09/2022
Miguel Angel Pereyra
Um portoalegrense argentino

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Como as vezes anteriores vou escrever um conto que na realidade não é tal.
Digamos que é um conto com final para meditarmos.
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Trabalho Voluntário
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O tema da nossa morte é um interdito da sociedade atual, mas nem sempre foi assim.
Não é negando-a que se evita.
Aliás, o homem está sujeito a essa, uma das grandes leis da espécie.
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Perguntam-lhe a um ancião, triste, que é o que há com ele.
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Ao que responde:
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- A morte está presente, eis o que há.
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É dessa compreensão que o amor à vida se faz mais forte e que cada segundo vale por toda ela.
Nosso medo parece-me não referido principalmente à própria morte, mas sim à do outro.

Razão mais que suficiente para gozar plenamente de sua companhia.
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Aproveito o fio da meada e faço menção uma outra, para mim grande, lei da espécie:
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"Não estamos para ser servidos e sim para servir"
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Todos procuramos trabalhar, sendo o principal motivo consciente, o nosso sustento e da nossa família.
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Já o inconsciente seria que o produto de nosso labor é útil aos outros,
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pelo que, se trabalhando, não há maneira de fugir da ação de servir.
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 Utopia mediante, e esperando que não me apareça um Henrique VIII que queira a minha cabeça,
poderíamos mudar a ordem e colocar o inconsciente no primeiro lugar e o consciente no segundo.
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Isto é, nosso trabalho como aporte à felicidade e ao bem-estar dos outros, e o nosso sustento como sua natural consequência.
Com certeza estaríamos, não sei se felizes, mas sim mais satisfeitos e alegres.
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Se não tenho razão, porque tantas pessoas que já passaram dos sessenta anos, ficam tão tristes, embora o sustento esteja garantido?
Será que sua "utilidade financeira" já caducou?
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Será que sua utilidade social não permanece firme e pronta para funcionar assim que solicitada?
Não haverá na procura do mal chamado trabalho voluntário por pessoas dessa faixa etária, a intenção, a necessidade e o desejo reprimido de servir?
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Eu não tenho dúvidas, e digo que sim!!!
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Um senhor, fabricou guarda-chuvas a vida toda.
Eram de muitas cores. Verdes, azuis, laranjas, vermelhos, brancos, cinzas; todas as emoções que vocês desejarem.
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E os cabos? De uma beleza superlativa.
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Como eram tempos antigos e outra mentalidade reinava; havia de marfim, de madeira e incrustações em pedras comuns e também as preciosas.
Enfim, para todos os gostos e bolsos.
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Já ancião, um dia de grande chuvarada, sai à porta de sua casa, e vê que todos estavam protegidos por um dos seus guarda-chuvas.
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Velhos e crianças, homes e mulheres. A rua era um festival de cores e personalidades diferentes por elas representadas.
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Seu rosto abriu-se num amplo e gostoso sorriso,
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e pensou:
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"A vida esta presente, eis o que há"
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Entrou novamente à sua casa e, alegremente, reabriu sua antiga oficina.
Olhando a rua pela janela falou para si dizendo:
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"Vou continuar fabricando guarda-chuvas,
já que sempre haverá quem os use"
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Eu acho que o ancião tem toda a razão.
E você?
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* 1 / Historia da morte no Ocidente
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* 2 - Trabajo voluntário: é, para mim, assim mal chamado por que todo trabalho é voluntário, e a natureza do trabalho que estamos comentando,
eu o denomino de
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trabalho, muito agradável, não remunerado

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O autor da presente crônica escrevia no jormal "Folha de Canela".
O tema aqui desenvolvido foi publicado no mês de novembro de 2013.
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