Contemporâneo_Crs - Pausas e vírgulas

Pausas e vírgulas
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24/11/2022
Miguel Angel Pereyra
Um portoalegrense argentino

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O seguinte texto expõe sobre a relatividade do tempo.
E com um final que não deixa de ser uma incógnita,
às vezes resolvida...ou em vias de resolução..ou não.
Isso depende de cada um.
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Contemporâneo
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Essa palavra sempre me provoca acordando a minha consciência do tempo transcorrido.
Ficam aparentes também aqueles outros dois "tempos":
o que está transcorrendo e o que transcorrerá.
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Em palavras corriqueiras seriam o passado, o presente e o porvir.
Sem entrar em polêmicas filosóficas sobre sua existência, vou dizer que nós estamos no presente,
não de um fato particular, mas sim de uma era.
A que definimos como contemporânea.
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Conforme o Aurélio é o adjetivo que define o
"que é do mesmo tempo, que vive na mesma época (particularmente a época em que vivemos)".
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Creio que não há nada mais efêmero que o contemporâneo.
No que interessa a vida particular de cada um de nós, principalmente.
A história está cheia de contemporaneidades que rapidamente deixaram de ser tais,
para engrossar a lista de artefatos desaparecidos.
Ou transformados em "fósseis" que em épocas passadas foram manufaturados pelo ser humano.
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Ou estão esquecidos ou são peças de museu. E não precisamos ir muito longe.
Imaginemos só um dos primeiros computadores pessoais no Brasil: o TK85;
ou os tijolos celulares da década dos 90;
ou os carros com distribuidor e carburador; ou...infinita relação seguiria.
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Entretanto representam, na essência da sua razão de ser, materializações de necessidades,
desejos e ambições humanas, as que só seriam satisfeitas com sua posse.
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Podemos imaginar sem esforço nenhum, a quantidade de trabalho e dedicação que isso significou.
E só pensar na nossa vida atual, nossas necessidades, desejos e ambições.
Sabemos, em carne própria, o esforço que significa.
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Mas a felicidade procurada, ainda está longe.
É só analisar todas as manifestações de insatisfação vivida nos últimos tempos no mundo todo.
Parece que estamos doentes e com fome de justiça e bem estar.
Fome intrínseca, íntima da espécie "homo - sapiens - sapiens".
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Talvez o alimento que a sacie exista, mas esteja escondido em alguma das bifurcações,
vistas, mas desprezadas, por ter achado que não eram importantes na caminhada.
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Difícil me resulta separar o joio do trigo.
Quais de nossas necessidades serão supérfluas e rapidamente virarão fósseis?
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A lide interna para achar a resposta pode ser classificada como uma dificuldade amiga,
pois se corretamente respondida teremos mais luz no caminho.
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Li, dias passados, uma frase que me pareceu interessante e demonstrativa dos tempos atuais, que se referia a que,
de tempo em tempo, o diabo se veste santo para que as virtudes deixem de ser amigas.
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Embora todo aquele que tem estômago precise estar na corrida, não somente de pão vive o homem.
Nunca se viu um cortejo fúnebre seguido por um caminhão de mudanças.
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Existem, na história, fatos que superam o meramente contemporâneo e sempre estão presentes.
São digamos que atemporais. E possivelmente, divinos.
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Faço uma última referência ao Aurélio, quando define a palavra contemporâneo, também como substantivo:
Indivíduo do mesmo tempo ou do nosso tempo.
Isto é, alguém que sempre nos acompanha e está sempre presente.
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Encontrá-lo é tarefa de cada um de nós.
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Tema Musical

Canção de Ninar

No piano: Miguel A. Pereyra
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O autor da presente crônica escrevia no jormal "Folha de Canela".
O tema aqui desenvolvido foi publicado no mês de agosto de 2013.
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Contato
pausasevirgulas@gmail.com
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