Pudim_Limão2º_01 - Pausas e vírgulas

Pausas e vírgulas
Parou?...Parou por quê?
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Pausas e vírgulas
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01 de novembro de 2022

Julia Blinder
Vindo da Argentina a contar contos no Brasil
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Pudim de Limão
Capítulo 2

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...ao entrar na casa,
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fui recebida pelo pequeno casal de duendes,
que havíamos comprado na feira da cidade vizinha,
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quando fomos comemorar seu aniversário.
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Eles sempre estavam sorrindo, exceto hoje quando os vi tristes,
mas... certamente foi a minha imaginação.

Comecei por abrir as janelas.
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Logo a seguir acendi a lareira...
a casa estava tão fria e escura sem a sua presença.
A tarefa à minha frente era triste, e realmente não sabia por onde começar.
Andei pela casa, sem querer mexer em nada,
e comecei por vasculhar as caixas misteriosas que ele guardava no quarto.
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Sempre, quando criança, tive curiosidade por conhecer os segredos que elas guardavam.
A Vovó jamais me deixou abri-las, mas prometeu que, quando ela não estivesse mais ali morando,
eu poderia ver os tesouros que ela tinha guardado lá.
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Obviamente, na minha cabeça travessa de garotinha,
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eu esperava que minha avó fosse fazer compras,
para que eu pudesse entrar e verificar essas caixas.
Mas, toda vez que ela saía era comigo.
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E estando ai, sozinha, entendi o que ela quis dizer.
E agora aqui estou eu, sentada no tapete de pompons que fizemos juntos.
Naquele inverno em que caí na cama com gripe

e ela me cuidou amorosamente.
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Estou cercada de fotos, cartas e documentos que tirei das caixas.
Entre todas essas lembranças, havia um envelope de papelão desbotado,
tal vez pelos seus anos de “recolhimento”.
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Amarrada com uma fita e, nele, com letra bem pequena, estava escrito:
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Importante
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Desato o nó e a abro.
Lá ela guardou seu registro de casamento, uma foto dela com o avô no dia da boda.

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Como eles desbordavam felicidade.
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Também havia algumas fotos com a minha mãe menina.
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Nas fotos apareciam bem ditosas.
Essas fotos tornaram para mim incompreensível o fato delas,
no presente, estarem tão longe uma da outra.
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Mas o que mais me chamou a atenção foi um envelope que tinha meu nome,
foi difícil para mim abri-lo pois tinha muita cola.
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Seu conteúdo, formado por várias fotos, trouxe lágrimas aos meus olhos.
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A primeira era uma que minha avó havia tirado de mim,
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uma daquelas tardes nas que saíamos para
distribuir balas de menta e chocolate aos duendes
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que descansavam na “floresta pequena”, como ela chamava
um grupo de quatro ou cinco pinheiros que estavam atrás da sua casa.
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Na entrada da pequena floresta havia uma pedra grande e plana,

onde eu me sentava e ouvia suas histórias,
e foi lá que uma dessas tardes foi o palco dessa, a minha foto.
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Lembro que nessa época eu tinha oito ou nove anos e,
depois de ouvir a história desse momento,
lhe fiz a seguinte pergunta
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− Vó, por que os duendes não se deixam ver?

Pergunta que provocou o seguinte diálogo:
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O conteúdo do diálogo citado conheceremos no
Capítulo 3
Que será publicado a partir do dia 07 de novembro próximo

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Tema Musical
Il Bacio
Compositor: > Luigi Arditi <
No piano: Miguel Angel Pereyra
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Pausas e vírgulas

Contato
pausasevirgulas@gmail.com
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