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JULIA BLINDER
10/10/2021
Julia Blinder
A Dama das Camélias
Una póstuma Carta de Amor
A Dama das Camélias é meu livro favorito, bem, um dos meus livros favoritos. Esses amores tão sublimes, tão puros, tão irreais, me fascinam.
Acho que é uma história quase perfeita, só o pobre Armand não conseguiu se despedir da linda Marguerite. E fico sempre pensando em como seria seu último adeus ao seu grande amor, e me ocorreu escrever uma carta, me colocando no lugar dele, e imagino, levando-a ao túmulo de sua adorada Marguerite.
* * * * * *
Carta de Armando Duval a sua Amada
* * * * * *
“Querida Marguerite, ainda não consigo me acostumar
com a ideia de sua ausência. Você não
sabe o quanto me custa sair desta angústia. Sinto que tanta dor no meu corpo
não cabe. Todas as manhãs, acordo com os olhos vermelhos de tanto chorar por
sua partida.
Ontem a Prudence veio me ver, mas eu não queria
atendê-la, sei que não é atitude de um cavalheiro, mas tudo que tem a ver com
você me machuca. Eu não estava pronto para deixá-la ir.
Nas outras manhãs tive que sair forçado, e conheci o
conde G ..., pelo seu aspecto notei que ele também ficou muito afetado com a
sua partida; vi-o muito triste e empalidecido, não quis ir cumprimentá-lo
porque não quis incomodá-lo, ele também a amava, não tanto quanto eu, mas a
amava.
Ai, minha querida, quanta saudades de você! Tenho medo
de que o tempo apague seu sorriso da minha memória e não consiga mais adormecer
pensando nisso.
Eu sei que você nunca vai ler essas linhas, mas eu
precisava desabafar e tirar tanta dor do meu ser.
Amanhã eu parto, vou fazer uma viagem sem destino
fixo, acho que não vou voltar, Paris sem você não faz sentido.
Sempre seu..."
* * * * * *
No vídeo inferior podem ouvir
o desenvolvimento do tema nas vozes do casal formado por