LITERATURA > Poesia > Apresentação > Julia Blinder
Sou Julia Blinder, e num dos caminos da arte,
ao Brasil vou
Opa, lá no Brasil ninguém me conhece ... Faço então uma pausa, pequenina, pois o texto que segue o é mais ... e, entre vírgulas e mais vírgulas, apresento-me assim.
Tenho cinquenta e três anos, alguns cabelos grisalhos e a eles tinjo, e nesse aspecto dou-me o luxo da vaidade, ou seja lhe dou qualidade ao vaõ. Pouquíssimas rugas, também alguns “pneuzinhos”, que mais do que “gorduras localizadas”, escondem um pouco de amargura e algumas nequices.
Sou divorciada. Casamento de sucesso, já que foram três filhos maravilhosos os frutos da empreitada. Para que fique evidente e bem marcado: amo essa profissão de ser mãe.
Tenho uma vida mais “intelectual”
do que física, creio que por isso escrevo desde criança.
Tenho algo assim como vergonha
de mostrar o que escrevo, mas aqui estou, tentando isso superar.
Eu escrevo histórias, poesia,
histórias. Gosto muito de ouvir música, ler, tricotar, adoro a língua
portuguesa a qual leio, não a escrevo (algumas lágrimas por isso) e quase não a
falo (mais lágrimas). y pior ainda, quase nada de entendê-la (torrente de
lágrimas).
Nessa quarentena vezes quatro,
passei trancada, sou uma pessoa de risco (para os outros), então fiz
oficinas de redação, comecei a estudar hebraico, que é uma disciplina pendente,
que está nessa condição desde tempos imemoriais.
Bem, não sei mais o que dizer,
sou a Julia, da Argentina. Apenas isso, uma mulher, que tenta escrever seu
texto da melhor maneira possível, embora seus textos nem sempre se encaixe no
contexto.
De contos e outras ervas são as histórias as que me aprisionam
Poesias são as outras ervas
Escrever poesia me ajuda a tirar um pouco de todas as angústias que minha alma tem, por isso as que escrevo são sempre um tanto tristes e melancólicas.
Escrever poesia serve como uma válvula de escape para mim.
Espero conseguir que aquele coitado que as leia, chore e ria comigo.