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Introdução aos Contos de Dalzio
Dizem que dizem, que nunca morremos.
Isso merece algumas pausas e algumas vírgulas...
Nunca morremos, vírgula...se não somos esquecidos.
Ai, somos...Imortais ! ! !
Acho que aqui cabe mais uma vírgula como exclamação de contestação total, sem pausa desta vez, a esse desejo, “pecado original” de nossa espécie.
Desde o momento que além da própria pessoa que nos conheceu nesse instante, outras sabem de nossa existência particular e seus detalhes, nos transformamos em, tal vez, permanentes. Isso, entretanto durem as outras permanências.
Dizer imortais seria desde o ponto de vista biológico, um milagre, além de tedioso. E presunçoso e soberbo se a referimos a nossas obras.
Maturidade é uma forma de definir a soleira da ancianidade, e quem nela está pisando, sabe que são poucos os segundos de vida que lhe restam. Tem-se certeza que como mínimo são dois, o presente e o próximo... (piadinha inocente...he he he).
Dá para imaginar quantos segundos de vida se acumularam em, por assim dizer, uma vida de 70 anos. Quem caminha perto, nas adjacências desse período acha que é pouco para tantas coisas para serem vividas.
Que se pode dizer então de um resto de segundos que comparados com o total, é ou se sente como ínfimo?
Mas, que palavrinha safada esta sempre interrompendo o argumento Assim como as vírgulas exclamadas. Continuando com ela > mas, também ancianidade é sinônimo de experiência e certa sabedoria. Lembrem que o diabo sabe por que é diabo, mas, sabe muito mais porque é muito velho.
Experiência é a biblioteca de inúmeros episódios e fatos que alimentam o saber.
O conto é uma ferramenta poderosa para, em ordem hierárquico, resgatar a memória de alguém que já se foi, dignificar a amizade e deixar livre os fantasmas que todos nós temos e que nos entristecem e/ou nos alegram.
Não esqueçamos que a vida é difícil, muito difícil, mas como é linda. Não acham?